Antropologia momentânea
Engraçado como é o comportamento social infantil. Levamos o Matheus a um casamento no final de semana passado, e, como era de se esperar, haviam outras crianças. Umas da mesma idade, outras um pouco maiores. Então fiquei observando a interação entre eles:
Após ver o grupo de crianças, o Matheus foi se chegando assim, bem lentamente, com um sorriso meio como quem diz "isso que vocês estão fazendo é legal, e eu quero brincar também". Em pouco tempo ele identificou o líder, que era o mais bagunceiro e também o maior de todos, e soube que para entrar no grupo teria que ter a simpatia dele. Daí pra frente a coisa começou a ficar interessante, ainda mais se analisarmos esta estratégia de abordagem como feita por uma criança de 2 anos.
O alvo estava travado. Começou então a fase da conquista pela imitação. Ainda de longe, o Matheus imitava de leve o que o garoto fazia, tipo, se o outro pulava, ele pulava também. O garoto então começou a gostar disso, e a retribuir com sorrisos. E pouco a pouco o Matheus ia chegando mais perto da turminha. Então foi a hora do teste do grito. Eu já tiha visto ele fazer isso antes, mas nunca acompanhei a história desde o início como dessa vez: o Matheus sugeriu um grito e o menino gritou tambem, assim como os outros. Logo estavam todos eles soltando gritinhos curtos e altos desordenadamente. Sim, essa parte é bastante irritante.
Mas não acabou. Ele já estava aceito, mas restava saber se aquele grupo estava dominado ou não. O Matheus não gosta de ser um cordeiro, ele quer ser o Lobo. Então ele simplesmente saiu em disparada em volta da piscina. Uma menina na mesma hora foi atrás, seguido pelo resto deles. Pronto, foi aquela algazarra. Algum tempo depois o grupo dispersou, até porque as outras mães não gostaram de ver seus filhos brincando em volta da piscina. Sobrou quem, por último? O garoto maior de todos. Ele viu que, em matéria de bagunça, tinha encontrado um desafiante à altura.
É, filho, você deve ser terrível na escolinha.